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A-Frame dará suporte para a segunda etapa de reconstrução da ponte do Moju

O A-Frame atuará na contenção da sobrecarga que será gerada naturalmente durante o processo de corte das "línguas" de concreto, que pesam, cada uma, c


A retirada das "línguas" de concreto, partes que ficaram penduradas às duas extremidades da ponte sobre o rio Moju, marca o início da segunda etapa de reconstrução da estrutura que foi abalada durante a manobra mal sucedida de uma balsa carregada com quase 900 toneladas de óleo de dendê, em março do ano passado. A principal ferramenta para executar esse processo chama-se A-Frame e foi desenvolvida para uso exclusivo nessa segunda etapa de reconstrução da ponte, que liga a Região Metropolitana de Belém ao sul e sudeste do Estado.

O A-Frame atuará na contenção da sobrecarga que será gerada naturalmente durante o processo de corte das "línguas" de concreto, que pesam, cada uma, cerca de 190 toneladas. O equipamento possui quase sete metros de altura (o equivalente a um prédio de dois andares), 14m de comprimento, 2,40m de largura e capacidade para sustentar cargas superiores a 200 toneladas. Desenvolvido por empresas especializadas em São Paulo, a ferramenta tem chegada prevista para o início dessa semana, em Belém.

O uso do A-Frame vai exigir a atuação conjunta de vários órgãos do governo do Estado no entorno e na própria ponte sobre o rio Moju, onde será instalada a maior parte do equipamento. A mobilização envolve equipes de engenharia e construção civil, mergulhadores especializados, equipamentos de última geração e um minucioso plano de operações elaborado para que a obra seja feita com risco zero, mínimo impacto ambiental, máxima segurança estrutural e no menor tempo possível.

                                       

A estrutura em aço do A-Frame consegue equilibrar os movimentos de tração e compressão feitos durante a remoção dos dois pedaços de concreto pendurados na ponte. Semelhante a um pórtico, o equipamento possui barras de aço horizontais e verticais articuladas, equipadas com quatro stand-jacks e macacos hidráulicos controlados por computador. Tudo voltado para a movimentação de grandes cargas. A ponte sobre o rio Moju, construída no quilômetro 48 da Alça Viária, possui 868 metros e foi inaugurada em setembro de 2002.

Preparação da estrutura garantiu uso do A-frame nas obras

O tempo de avaliação dos impactos sociais e ambientais para cada atividade realizada até agora no processo de reconstrução da ponte sobre o rio Moju é um aliado necessário, mas nem sempre aceitável. No entanto, o que para boa parte das pessoas que precisam se deslocar por aquele perímetro da Alça Viária pode parecer ausência de trabalho, é, na realidade, uma contingência do projeto. A implantação de dois novos pilares de sustentação, um de cada lado da ponte, por exemplo, é uma prova do cuidado com a precisão da obra. Esses pilares foram construídos sobre uma balsa fundeada às margens do Rio Moju, que precisou, por sua vez, de dragagem e aumento do calado para estabilizar a embarcação. Alguns blocos de concreto dos escombros da ponte também precisaram ser retirados.

                                    

Na etapa em curso, as ruínas submersas do pilar afetado estão sendo fustigadas por um equipamento semelhante a uma britadeira, chamado rompedor hidráulico. Os operários retiram os blocos de concreto da água e colocam numa balsa, seguindo as normas ambientais. No canteiro de obras montado ao lado da estrutura atingida, uma balsa, dois rebocadores e uma lancha garantem a eficiência do serviço.

Cumpridas essas etapas, o projeto entra, agora, na fase de utilização do A-Frame, que tem na delicada operação de instalação do equipamento um dos momentos mais complexos. Embora o choque da balsa tenha incidido sobre o pilar 14, causando um colapso de 72 metros (cada "língua" tem 36 metros), a remoção alcançará 240 metros de extensão, entre os vãos 12 e 17. Todo concreto retirado da ponte será reutilizado pela Prefeitura de Moju em obras da administração municipal.

“É uma obra extremamente complexa, cercada de cuidados e que exige um aparato tecnológico de alta precisão, bem como um trabalho de logística e apoio operacional”, explica Tiago Garcia, engenheiro responsável pela obra. “Além do processo de engenharia minucioso, que prioriza a preservação de parte da estrutura, ainda temos a questão das variações causadas pelo vento e pela maré”, complementa.

Sinalização do entorno da ponte será reforçada após a conclusão da obra

Um dos trabalhos posteriores à recuperação é a revisão de toda a sinalização fluvial, para que seja descartada a possibilidade de novos acidentes. A ponte é toda iluminada, tanto em cima quanto embaixo, e possui faixas refletivas nos pilares, conforme exige a Marinha. Mas a sinalização será revista e reforçada, por prudência.

No mês passado, o governador Simão Jatene deixou claro, em uma postagem feita em rede social, que a demora na recuperação da ponte não deriva somente da complexidade da obra, mas principalmente do cuidado com a segurança da estrutura física, dos operários e da natureza no entorno.

“Desde o lamentável acidente, orientamos que a área do governo responsável pelos projetos de infraestrutura procurasse a solução técnica mais rápida e segura. A essa determinação seguiram-se várias avaliações sobre a extensão dos danos e, particularmente, sobre os riscos de uma intervenção que, é bom lembrar, não é simples e tampouco comum”, explicou o governador. “Assim, se teve que esperar a conclusão de todo o reforço, para iniciar a fase de retirada dos destroços submersos – para o que também são requeridos equipamentos especiais -, e só então promover o corte das “línguas” que ficaram penduradas”, acrescentou.

Concentra-se aqui a principal atividade nesta segunda etapa de reconstrução da ponte, após a qual os serviços deverão ganhar maior velocidade, para que a obra seja integralmente concluída no prazo de dez meses.

Reforço - Enquanto o tráfego permanece interditado nesse perímetro da Alça Viária, o serviço de travessia de veículos continua sendo feito gratuitamente por três balsas, operadas em regime de revezamento. Segundo os órgãos de segurança pública responsáveis pela fiscalização do serviço, a maior embarcação tem capacidade para 50 veículos grandes, e as menores suportam 40 carros grandes e pequenos.

Equipes da Setran, funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Defesa Civil e Corpo de Bombeiros também atuam no atendimento à população no local para garantir maior segurança a motoristas e moradores do entorno. Essas equipes foram reforçadas durante esta semana para que a travessia por balsa e também o transporte de passageiros entre uma margem e outra do Rio Moju sejam feitos com segurança, rapidez e o mínimo de desconforto.

Governo do Estado do Pará
Secretaria de Estado de Comunicação
Por: Ascom - Setran
Publicado em: 19/03/2015
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