Semana da Mulher da Setran debate feminicídio

---

Os dados são alarmantes. Em média, no Brasil, doze mulheres são assassinadas todos os dias, segundo dados dos registros das delegacias especializadas dos estados relativos a 2017. São 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 feminicídios, ou seja, casos de mulheres mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Para debater o tema no âmbito da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), foi realizada, nesta quarta-feira, 13, a palestra “Feminicídio”, pela titular da Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres (Deam), delegada Adriana Barros Norat. A programação é parte da Semana denominada “As Mulheres nos Caminhos do Pará”, alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de Março. Homens e mulheres participaram da roda de conversa com a delegada após a palestra. “É bom sempre deixar clara a diferença entre femicídios e feminicídios. O primeiro é o assassinato de mulheres, já o feminicídio é o assassinato de mulheres pela extrema misoginia, pelo fato do homem ter desprezo pelo sexo feminino, somente pela questão dela ser mulher e ele se achar dono dela, superior à mulher, e que ela lhe deve obediência; toda essa condição acaba em violência, que, geralmente, começa com agressão verbal, passa para a agressão física e, quando não é freada, pode acabar em assassinato da mulher”, explicou Norat. O público, formado por 42 pessoas, a maioria mulheres, se interessou muito pelo tema. Adriana Wanderley, do Núcleo de Licitação da Setran, avaliou de forma muito positiva a abordagem sobre Feminicídio na programação, “pois ouvir a delegada e tantas mulheres se manifestando durante a palestra revela que a informação é uma arma muito poderosa, por encorajar as mulheres a conhecerem melhor seus direitos e saberem que têm direito de buscar ajuda especializada nas delegacias”, disse. A programação pelo Dia Internacional da Mulher prosseguirá nesta sexta-feira, 14, na sala Gibi da Setran, a partir das 9 horas, com a palestra “Autorresponsabilidade e Empoderamento da Mulher”, que será proferida pela psicóloga Márcia Vasconcelos, que atua no Tribunal de Contas do Estado do Pará.