O cronograma das obras de reconstrução da ponte Moju Cidade, danificada pela colisão provocada por uma embarcação, foi atualizado em reunião pública nesta terça-feira (19), no auditório da Escola Estadual Ercila Pantoja da Rocha, no Moju, nordeste do Estado. O encontro de caráter democrático reuniu mais de 200 pessoas, entre políticos, representantes de órgãos públicos, vereadores e representantes da sociedade civil organizada do Moju e municípios vizinhos.
A reunião foi coordenada pelo titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Kleber Menezes, que tirou as dúvidas dos presentes. Ele anunciou que, num prazo máximo de cinco dias, começa o processo de travessia de passageiros em embarcações exclusivas para esse fim. A medida depende apenas da conclusão dos portos de embarque e desembarque, nas duas pontas do rio Moju.
“Trata-se de uma medida exigida pela Capitania dos Portos e que precisa ser adotada pelo Estado. Os pontos de embarque e desembarque já estão em fase de conclusão”, informou o coronel PM Roberto Damasceno, coordenador do Grupo de Trabalho do Moju. Já as línguas de concreto que ficaram penduradas na estrutura têm previsão de serem retiradas entre 1º e 5 de junho.
Tráfego – A recuperação da Rodovia PA-252, considerada como via alternativa para veículos que seguem para Belém vindos de outros municípios, também foi assunto tratado no encontro. A Setran anunciou que, além pavimentação em aterro, a via receberá asfalto nos trechos urbanos das doze vilas existentes ao longo dos 62 quilômetros. A medida espera minimizar os transtornos com a poeira que, naturalmente, surge com a diminuição das chuvas. Uma vez recuperada, a prioridade de circulação na PA-252 será apenas para carros de passeio.
Estudos de recuperação e pavimentação da vicinal dos quilombolas também foram anunciados pela Setran durante o encontro. “Tão logo os trabalhos de recuperação da PA-252 terminem, uma patrulha será direcionada para recuperar a vicinal. Pode ser que esse trabalho seja antecipado, mas o que a população do Moju precisa saber é que os esforços dos entes aqui reunidos são para que, mais do que recuperar a ponte, o município do Moju receba um legado em obras e serviços, após a conclusão da obra”, asseverou o titular da Setran.
Dentro dessa ótica, outras medidas anunciadas foram a reorganização do trânsito nas vias que dão acesso às balsas e a pavimentação e o asfaltamento e sinalização das avenidas das Palmeiras e São Paulo, hoje principais pontos de acesso às balsas, pela área urbana do Moju. Os serviços serão feitos por meio do programa Asfalto na Cidade e começam já no mês de junho, quando as chuvas diminuem.
O secretário de Transportes assumiu ainda o compromisso de viabilizar a arrecadação de impostos dentro do município para os serviços feitos na ponte Moju Cidade. A Setran vai verificar com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) como a administração municipal pode ser beneficiada por essa medida, definida por ele mesmo como "obrigação do Estado para com o Moju".
Avaliação – A maioria dos participantes do encontro avaliou positivamente as medidas adotadas pelo governo do Estado. A deputada estadual Ana Cunha, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa do Estado, participou da reunião e reconheceu os esforços do governo para minimizar os impactos gerados na região pela queda parcial da ponte. “O país passa por um momento de crise financeira, então é preciso reconhecer que o Estado investe com prioridade para a recuperação da ponte do Moju e em todas as outras obras feitas no entorno”, assinalou.
“O governo tem dimensão das dificuldades desse projeto. Esta é a primeira reunião de trabalho da qual participo com vocês. Todos terão oportunidade de perceber que não me comprometo com aquilo que não posso cumprir, até porque não existe dinheiro do governo, existe dinheiro público. É preciso definir ações responsáveis para o uso racional e eficiente desse dinheiro pago por cada um de vocês em impostos”, concluiu o secretário Kleber Menezes