Secretaria de Transportes do Pará, Departamento de Trânsito e Polícia Rodoviária Estadual começam no dia 3 de janeiro um trabalho integrado visando à manutenção preventiva dos cabos de aço que sustentam um trecho de 600 metros da Ponte Almir Gabriel, sobre o rio Guamá, que integra o complexo da Alça Viária, na PA-483. O serviço não vai interromper o tráfego de veículos na ponte, permanentemente, mas exigirá suspensões temporárias de 30 minutos cada ao longo do dia.
A primeira suspensão tem horário certo: das 8h30 às 9h. Depois, até o por do sol, dependendo das condições do tempo, poderão ser feitas até cinco suspensões, também de meia hora cada. “Se optássemos por um trabalho ininterrupto, com fechamento total do tráfego, a obra demoraria cerca de quatro meses e os transtornos para os usuários seriam incalculáveis”, explicou o secretário de Transportes, Kleber Menezes, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (27), no auditório da Setran, com participação do diretor de Operações do Detran, Walmero Costa, e do comandante da PRE, tenente-coronel Sérgio Fialho.
“Como dispomos da tecnologia e know-how das empresas contratadas por licitação para realizar o serviço sem interromper o trânsito por período tão longo, optamos por estender o prazo de consecução e reduzir consideravelmente o impacto na rotina dos usuários”, observou. “Por outro lado, seremos rigorosos na observação dos limites de velocidade e de carga para os veículos que passarem pela ponte”, avisou Kleber.
O serviço vai ser executado no período de 13 meses. Ao longo desse tempo, cada estai do conjunto de 152 existentes será retirado, inspecionado, submetido a testes e reaproveitado após manutenção ou trocado em caso de dano. “Não é uma operação simples. Exige o cumprimento de protocolos de segurança específicos e tecnologia avançada. Daí o longo período de execução, em função da opção feita pelo governo do Estado em reduzir ao máximo o transtorno para a população”, reforça Kleber Menezes.
A ponte tem uma extensão total de 1.980 metros, mas apenas o vão de cerca de 600 metros é estaiado, ou seja, suspenso por 152 tirantes apoiados em duas grandes colunas, permitindo melhor navegabilidade sob a estrutura. Este tipo de manutenção é previsto nos manuais de engenharia, que recomendam sua execução a cada período de 10 a 15 anos. A ponte sobre o Rio Guamá, inaugurada em 2002, tem quatorze anos.
A parte preliminar da obra está em execução há três meses. Nove estais já foram alterados e o número chegará a 11 até o dia 3 de janeiro. A recomendação da Setran, Detran e PRE é de que a velocidade máxima no perímetro não estaiado da ponte, ou seja, nos trechos inicial e final estruturados sobre colunas, seja de 40 quilômetros por hora; e ao longo dos 600 metros atirantados a velocidade caia para 20km/h. A carga máxima permitida é de 8.2 toneladas por eixo, como já é fixado na legislação de trânsito.
Algumas paradas podem durar somente 15 minutos, mas em alguns casos, especialmente na abordagem dos estais mais longos (os cabos variam de 40m a 160m de comprimento), poderá haver necessidade de paralisações maiores. “Caso seja necessário um bloqueio que ultrapasse 60 minutos, a população será avisada com 48 horas de antecedência por meio dos órgãos de comunicação do governo e imprensa”, garantiu Walmero Costa, diretor de operações do Detran.
Segundo ele, o Detran trabalhará em duas frentes: o controle de fluxo e a fiscalização. “O fluxo está ligado aos períodos de manutenção da ponte e às paradas programadas pela empresa. A fiscalização garantirá rigor no controle de velocidade e também no peso dos grandes veículos”, explicou Walmero.
O controle da velocidade e da carga no trecho é essencial para o desenvolvimento do trabalho e também para a segurança dos pedestres e operários. De acordo com o Detran, o índice de acidentes causados pelo excesso de velocidade no trecho da ponte Almir Gabriel é grande, por isso, esta obra também possibilitará melhor controle e a redução destes índices. “Estaremos a postos para promover um controle rigoroso e também para dar o apoio policial necessário a essas operações”, disse o comandante da PRE, tenente-coronel Fialho.
O Detran manterá oito agentes com radares para autuar os infratores, assim como equipes para a orientação dos motoristas. A PRE atuará com dez homens, diariamente. Os acessos nos dois lados da ponte terão reforço de sinalização vertical indicando os limites de peso e velocidade.
“Nós teremos duas missões importantes neste processo: a fiscalização do trânsito e a segurança dos usuários da via, sejam eles operários, moradores ou motoristas. O nosso policiamento se manterá durante 24 horas em diversas situações, na ponte e nas proximidades onde devem se formar filas. A intenção é que esta obra cause o menor impacto possível na vida do cidadão”, explica o tenente-coronel Fialho.
A Alça Viária é uma das mais importantes vias do Pará. Em média, cerca de três mil carros passam por dia no local, aproximadamente 150 veículos por hora. Visando à compreensão e colaboração dos motoristas, o Estado ressalta que há duas opções de desvios disponíveis para quem não quiser passar pelo local. Uma é a balsa do Arapari e a outra a BR-010 (Belém-Brasília). Adverte-se, porém, que esta segunda alternativa implica em aumentar cerca de 200 quilômetros a distância a ser percorrida. “O mais indicado é que as pessoas que necessitem passar pela ponte evitem o primeiro horário, das 8h30 às 9h e, nos demais horários, antecipem suas saídas em uma hora, para não correr o risco de atrasos”, recomenda o secretário Kleber Menezes.
Por Diego Andrade